26 de abril de 2011

Français écrit

Lendo esse post dos Quebecquando, me inspirei em falar um pouco sobre o francês escrito.

Eu levei umas pancadas pesadas nesse primeiro trimestre de estudo, então fiquei refletindo muito sobre as diferenças que fazem a diferença na hora de escrever. Sei que tá redundante, mas essa foi a idéia mesmo... ehehehe

As duas ferramentas de auxílio pra escrever que eu mais uso são o BonPatron e o Antidote. O BonPatron é um site que eu já conhecia e que sempre amei. Ele faz correção gramatical, explicando cada coisa que ele acha estranha, já aprendi e aprendo muito com ele. O Antidote é um programa que vc pode instalar em até 3 computadores e que custa 110$CAN (mas conheço quem já baixou na internet). O Antidote é meu melhor amigo, e é o melhor amigo de muita gente. Ele tem a opção na instalação pra dizer se vc é ou não francófono, então mesmo os quebequinhas o usam. Ele fica funcionando em todo sistema windows-office, então vc faz correção direto no Word ou no seu e-mail se usar internet explorer (eu não consigo, sou viciada demais no firefox, mas...) Além dele ser um corretor gramatical e ortográfico, ele tem dicionário de sinônimos e muito mais coisas. Realmente é fantástico! Esses dois juntos me garantem entregas de trabalhos quase perfeitinhos... :)

O que eu acho particularmente complicado pra escrever não é se a gramática e a ortografia estão corretas, pra isso os corretores existem. O que eu acho difícil é expressar o pensamento de forma coerente.

Eu sempre garanti minha nota em português por causa das redações e interpretações de texto, sempre tive extrema facilidade pra escrever. Mas quando o assunto é escrever em francês, dou uma certa travada.

O problema é que a estrutura da escrita pra exprimir o pensamento é diferente da de português. Então eu vou, faço um texto que demoro horas pra escrever e depois horas revisando. Aí levo pra meus colegas de grupo, que acham tudo ótimo, admiram minha capacidade de pesquisar e de levar conteúdo, mas sempre me pedem autorização pra mudar "umas coisinhas"... Quando vou ver o texto, as coisas mudam completamente de lugar! Tenho até dificuldade em explicar isso, é uma questão de sintaxe, mas pra poder mostrar a coisa acontecendo, teria que mostrar um texto inteiro e chato sobre um tema que ninguém se interessa. *rindo*

Eu adoro que façam isso e sempre estimulo, na verdade aprendo muito sobre como colocar o pensamento no papel. Aprendo com isso e lendo, lendo muito.  É assim que aprendemos a escrever em português, e é assim que aprenderemos em francês, não tem muito segredo. O problema é que demora, e até lá é um sofrimento só!

Uma outra coisa que acho super complicada é encontrar a palavra certa pra colocar no lugar exato. Por exemplo, fiz um trabalho que tinha um orçamento mega complexo e uma dos itens era a iluminação de um campo de refugiados. Não tive dúvidas e coloquei lá "illumination" (Ensemble des lumières servant à décorer les rues, les monuments) e não "éclairage" (Production de lumière. Exemple: Éclairage d’une voie publique). Os dois tem significados bemmm próximos e servem ao meu objetivo. Olhando um do lado do outro vejo claramente que éclairage é melhor, mas naquele momento não fiz isso. Porém, NENHUM dos meus colegas aceita que illumination seja uma palavra existente em francês, dizem que fiz um anglicismo. Se ninguém reconhece a palavra, então ela não serve, mas como saber? Só errando e sendo zoada mesmo! ehehehehe

Uma vez fui me encontrar com um grupo pra fazer o trabalho de manhã, depois de uma noite trabalhando. Cara, simplesmente não saía nada, eu nem entendia o que me falavam. Como sou desligada (e todos já descobriram) e como aceito ser zoada e estimulo as correções, as pessoas relaxaram, me sacanearam horrores e entenderam que era sono. Me deram café e comida e a coisa foi melhorando! *rindo*

O que eu posso dizer é que, fora o desespero de se sentir semi-analfabeto, a coisa vai melhorando com o tempo. Hoje tenho mais fluidez, vivo recebendo elogios por isso. Ainda cometo erros bizarros e, quanto mais cansada pior a coisa fica. Mas estou aceitando o desafio e tento sempre me auto-explicar que trata-se de uma fase e que vai melhorar.

Bisous, bonne chance à tous,
Alice

1 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Alice!

Gostei bastante da sua abordagem no post. Era quase isso que estava passando na minha cabeça quando escrevi hoje mais cedo sobre os estudos de francês! =P

Brincadeiras à parte, já salvei aqui a dica dos dois programas de correção, imagino que na hora dos estudos punks na universidades eles devem ajudar demais!

Mas a grande dificuldade é essa aí que você citou (com ótimos exemplos) de dominar a sintaxe, de saber as nuances na hora de escrever. Lógico que por mais que estudemos aqui no Brasil, não chegaremos nem perto do nível de aprendizado que uma pessoa tem aí. Só vivenciando pra saber!

Agora resta me trabalhar mentalmente pra ser "zuada". Essa é a melhor forma de aprender, isto é, com os próprios erros. O bom é que quando alguém te zoa com algo aquilo fica marcado e você nunca mais esquece, né?

Beijos,
Lídia.

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