13 de dezembro de 2010

Somos todos “irmãos” mas AI do irmão que resolver ser diferente!

Ola amiguinhos, nem tão amiguinhos, crentes malucos e brazukinhas zumbis que pululuam nesse universo caótico e sem lei chamado internet:
No dia de hoje vamos comentar sobre algo que esteve na mídia nos ultimos dias ( NÃO, eu NÃO VOU falar das nevascas em montreal, eu contabilizei pelos menos uns 20 blogs mostrando as mesmas fotinhos e fazendo os mesmos comentários, então, quer ver neve, JOGA NO GOOGLE J ) que foi uma simpática campanha atéia que TENTOU ser vinculada em algumas cidades brasileiras ( mais especificamente Porto Alegre por teoricamente ser “prafrentex” e Salvador por ser uma cidade “religiosa” ).
Note bem, eu digo simpática por ser algo “não-agressivo” ( no momento que não “ataca” nenhuma religião específica ) e simpática por convidar as pessoas a refletirem ( algo que BEM sabemos é feio no Brasil por uma série de motivos ) .
Vale ressaltar que essa campanha perto do que eu vejo todos os dias nos canais evangélicos ( SIM, eu ASSISTO ELES, SIM, EU ADORO O MUNDO CÃO ) é praticamente um deve de casa de uma criança de 8 anos de tão puro e ingênuo ( ou alguém aqui nunca viu e se divertiu com os pastores chamando os pobres praticantes de religiões africanas de macumbeiros-filho-do-dêmo ? ) o que só ressalta o caráter de “simpática” dela:
Como vinculado em algumas midias:

Empresa recusa a divulgação de campanha a favor do ateísmo

Vanessa Alonso
A intenção da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea) de investir numa campanha publicitária que coloca, em uma das peças, Hitler e Charles Chaplin lado a lado, juntamente com os dizeres “Religião não define caráter”, não será concretizada em Salvador. A ideia foi barrada pela Fast Mídia, empresa que comercializa os espaços nos ônibus da cidade.
Segundo o gerente-geral da organização, que se identificou como Amaral, a peça foi enviada pela Atea para análise, mas foi reprovada. “Não vamos veicular com base na lei, porque no meu entender está clara a ofensa religiosa”, disse, citando o Decreto Municipal nº 12.642, de 2000, que regulamenta a publicidade pública.
Diante da polêmica gerada, inclusive com o envio e recebimento de e-mails que chamavam Amaral de preconceituoso, ele pretende ir à Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo (Sucom) nesta segunda-feira, 13.
“Não consultei a Prefeitura porque a lei é bem clara, mas se me derem um documento por escrito, eu autorizo a veiculação na hora”, garantiu o empresário, que recusou o contrato por um período de um mês, no valor médio de R$ 4,5 mil.
Segundo o secretário de Comunicação do município, Diogo Tavares, a Sucom não tem o caráter de analisar o conteúdo da publicidade. “No caso recente dos outdoors com a música do cantor Tomate, a Sucom foi acionada depois que as pessoas se sentiram ofendidas. Já neste caso, eu não sei o procedimento”, afirmou Diogo. O superintendente da Sucom, Cláudio Silva, foi procurado neste sábado, 11, mas não atendeu às ligações da reportagem”
Ou você pode ler direto na página da associação ( Que eu devo confessar nem sabia que existia ! ) http://www.atea.org.br/
Pelo que eu averiguei, o pessoal em Porto Alegre barrou esses dizeres por uma lei municipal que proibe qualquer tipo de propaganda de cunho religioso ( apesar de eu achar que essa era uma “propaganda” muito mais de cunho filosófico, mas enfim... ) pornográfico ou incitando a beber, acho justo que se se barrem, que se barre tudo, então até ai tudo bem ( sempre haverão os outdoors !!! ) mas o mais divertido mesmo foi em Salvador:
Lá o negócio foi barrado por medo da população se rebelar E TOCAR FOGO EM TUDO ( mas sempre em nome do senhor, veja bem, sempre em nome do senhor )
Mas onde eu quero chegar nisso tudo ?
Na verdade em lugar nenhum, isso aqui é um BLOG PRIVADO, onde os donos escrevem O QUE QUISEREM, então não temos ( principalmente eu, um ornitorrinco amargo e solitário, isolado no Brasil enquanto seus donos se divertem HORRORES no Quebec ) obrigação com nenhuma moral de história... não, isso aqui NÃO É UM conto de fadas, logo sem moral da história J
Mas sacanagem a parte eu queria falar um pouco sobre a questão da diversidade e da tolerância religiosa.
A uns dias atrás eu vi um blog de uma brazukinha querida levantando a bandeira que somos todos irmãos perante o senhor, que temos que nos amar, afinal somos todos filhos da mãe brasil, que nos ama muito !! ( a parte do nos ama muito sou eu incomodando, veja bem, mas o resto ta ai, é só procurar na net ;) ).
Eu nem vou entrar na questão que ela ama todo mundo, mas foi EMBORA do brasil, nem vou entrar na questão que ela ama todo mundo, desde que eu ACEITE o deus dela ( e vamos combinar, os deuses hindus são MUITO mais divertidos, se ao menos o deus dela tivesse vários braços e fosse azul ! ou tivesse uma cabeça de elefante !!! ) eu quero entrar na questão da tolerância religiosa mesmo.
O quebec é um lugar neurótico com isso ( e acho que faz bem, afinal com gente tão diferente, é o MÍNIMO que eles poderiam ser ) e tem uma influência forte do estado laico francês ( pelo menos pós revolução tranquila ) onde NENHUM simbolo religioso de NENHUMA origem é aceito em repartições publicas e escolas ( e não é a piada do brasil né onde se eu quiser entrar vestido de mãe de santo vão me barrar no congresso por trajes inapropriados mas tem a PORRA DE UMA CRUZ LÁ DENTRO )
Então eu me pergunto:
Será que pessoas que vivem numa sociedade que acha OK uma campanha “fofinha” ateia que convida para a reflexão ser barrada por medo de revolta popular conseguirão conviver numa sociedade tolerante ?
Pq sério, eu acho isso uma questão MUITO importante e aqui no brasil a mídia disso foi zero... quero ver se tivessem barrado um pastor de botar uma propaganda no onibus a ZICA que teria dado....
Minha pergunta é bem simples, será que NÓS, brasileiros, brazukinhas, seres imaginários e todo esse povo sujinho, será que NÓS estamos prontos para viver em uma sociedade tolerante?
Será que estamos EQUIPADOS a aceitar o próximo? ( mas de verdade, não com um olhar do tipo “acho-super-exótico-minha-empregada-pretinha-ser-macumbeira”) e percebermos que NÃO, não somos todos iguais, que NÃO, não somos todos bonzinhos e que NÃO, o fato de sermos provenientes do mesmo continente não nos torna “irmãos”
Fica a pergunta para começarmos a semana
Ornitorrinco vivendo dentro da geladeira para se acostumar com o inverno de montreal

23 comentários:

Anônimo disse...

Alice gatona vc resolveu tocar fogo nos seus inimigos de blog???? Ou é só para gerar polemica num dia frio? kkkk Eu posso dizer a vc que o mais dificil de conviver com quem é extremista, é o fato de vc n ter o direito de argumentar.
Eu creio em Deus, mas n posso exigir que ninguem acredite ou o ame. Da mesma forma de que devo respeitar quem tem opinião contraria a minha, pois só assim ganho o direito de exigir que respeitem minhas opiniões tb.
O problema de quem é "cego" pela fé é esse. Eles colocam uma tarja de bom e ruim apenas por ser ou n cristão, o que é errado e injusto. Qtos e qtos vivem dentro de igrejas, templos, cultos e são pessoas que não respeitam ninguem, que vivem para tirar vantagem ou fazer maldade com os demais. Que Deus é esse que eles acreditam e dizem seguir?
Tento na minha vida fazer aos outros o que espero (ou pelo menos queria) que eles façam para mim. Respeito é a primeira palavra de quem quer viver bem com os demais, quem n respeita os outros, n pode exigir respeito.
Outro problema do nosso Brasil, a religião e o moralismo são arraigados em nós, e ai de quem tiver uma ideia contraria. Como vc disse, religião n define carater, n tem cor, n tem status. Quem não pode conviver com as diferenças, n deveria dizer que acredita em Deus, afinal (para os que são cristãos) o que mais Jesus disse foi isso.
Enfim, apesar de n concordar com vc qto a Deus, posso dizer que concordo com vc nas demais ideias, n podemos exigir respeito dos outros, principalmente vivendo em um país tão misturado, se n somos capazes de conviver com uma simples propaganda de quem pensa diferente de nós.
Beijo e boa semana, Duda

Ornitorrinco disse...

Oi, duda, muito simpático teu comentário... fico feliz em ter uma "adversária" nesse assunto sendo razoável como você...

só fiquei brabo com uma coisa...

QUEM ESCREVEU FUI EU O ORNITORRINCO, NÃO TEM NADA DE ALICE :)

de resto, ta tudo certo ;)

Alice no País das Maravilhas disse...

Oi Duda!!!

To rindo do seu comentátio! ahauahuah

Mas dessa vez a poêmica não é minha, é do Ornitorrinco! Ele ficou tanto tempo sem escrever que você até esqueceu que ele existia! ehehehehee

(Viu Ornit, que vergonha! :p )

Fico meio com vergonha alheia quando vejo uma simples campanha publicitária ser barrada e taxada como preconceituosa.

Pode ter marcha pela fé que ocupa toda a praia do Flamengo, mas não pode ter uma campanha atéia? Pode ter televisão católica e protestante, mas jamais uma campanha atéia no ônibus. Triste isso. Triste o Brasil.

Ainda bem que o Canadá não só tem o discurso da tolerância religiosa, como pratica, permitindo, inclusive, ciclo de palestras e campanhas ateistas. ISSO é democracia.

Eu não tenho nenhuma questão sobre religião. Cada um pode acreditar no que quiser. Só me incomodo com o fato de eu não poder NÃO acreditar no que eu quiser... hehehehe

Bisous,
Alice

Alice no País das Maravilhas disse...

ORNITTTT,

Você abandonou seu mundo imaginário, ficou na toca tanto tempo que já esqueceram que você existe! Cria vergonha rapaz! Corre, vem agitar esse mundinho! :p

Bisous,
Alice

Anônimo disse...

Olá, Ornitorrinco!
Não tenho certeza, mas acho que nunca comentei nenhum post seu porque sempre achei seu jeito de escrever agressivo demais. Daí, vai que a tela do meu note explode enquanto eu tou tentando te responder, né? :P

Mas este eu vou ter que comentar, afinal é só o meu assunto preferido e nessa temática eu concordo com a agressividade!!

Eu não sabia da existência dessa organização aí, mas vou dar uma olhada. Muitos ateus que conheço são daquele tipo tranquilo, "live and let live", que acham que cada um deve ser livre para acreditar ou não acreditar no que quiser e blablabla.

Eu não. Na boa, tou muito mais para o lado do Richard Dawkins, que diz que os ateus do mundo devem se unir para "lutar" contra a parafernália da religião.

Os religiosos não são bonzinhos. Aqui em Brasília existe um feriado chamado "Dia do Evangélico" no qual a cidade inteira pára. Mas tenta fazer uma campanha filosófica dessa aí pra ver... ¬¬

Os religiosos não são compreensivos, por isso eu penso que eu não tenho que ser compreensiva com eles. Eu quero ter direito a essas coisas aí que a Alice citou, palestras ateístas, campanhas. Aqui no Brasil eu já perdi as esperanças, quem sabe eu realmente encontrarei essa liberdade no Québec? Vou torcer para que seja assim mesmo! :)

Abraços,
Lídia.

Anônimo disse...

isso aí ornit! amar o proximo de cu é rola.

Ornitorrinco disse...

ADORO a poesia moderna urbana

ADORO
:)

*risos

Anônimo disse...

A muito tempo eu vi uma frase sobre religião e como se comportar caso você tenha uma que me fez rir horrores, e é exatamente o que penso...

"Religion is like a penis... It's fine to have one. It's fine to be proud of it. But don't whip it out in public and start waving it around. And PLEASE don't shove it down my children's throats."

À bientot,
Mari.

Gato de Cheshire disse...

A única coisa que me incomoda nessa questão é quando o Estado legisla com bases religiosas.
Ai não tem jeito e a história mostra que sempre foi assim e não acho que vai mudar.

Estou lendo sobre a história do Québec, sob um ponto de vista mais separatista e em todos os momentos as decisões de Estado sempre tiveram o aval da igreja (seja católica ou não).

Não tenho esperanças que algum dia isso vai mudar. As pessoas não sabem mais o que é uma tradição religiosa ou não. Outro dia um amigo perguntou porque nós não usavamos alianças e dissemos que não eramos religiosos. Ele ficou surpreso pois não fazia relação entre usar aliança e religião.

Como os legisladores podem legislar sem considerar suas religiões se não sabem diferenciar as coisas?

Ornitorrinco disse...

quer coisa que INGERENCIA do estado/religião no momento que a associação de onibus ( que até onde eu sei são CONSESSÕES PÚBLICAS e por isso mesmo deveriam ser mais "democraticas") NEGA o direito de uma associação de veincular uma campanha NÃO OFENSIVA só pq ela é de orientação não -religiosa?


É muito fácil amar ao próximo quando o PRÓXIMO É COMO NÓS, nego adora falar nesse tal de sincretismo religioso no brasil.... BALELA, brasileiro é sectarista e completamente hostil ao diferente.....

1615 disse...

onde NENHUM simbolo religioso de NENHUMA origem é aceito em repartições publicas e escolas

Caro Ornit,
Sinto dizer mas se voce olhar qualquer video da Assembleia Nacional do Quebec (tem no site deles), voce vai ver que acima do pulpito onde fica o presidente da assembleia ha um crucifixo.
Nao sei se o Quebec tem leis que regem sobre a religiao, mas nao sei se pode ser considerado um estado laico levando-se em conta que sim ha simbolos religiosos cristaos nas reparticoes publicas. Ja se o povo e mais tolerante quanto as religioes e outras historia.
Abracos.

Anônimo disse...

Oi Ornitorrinco, foi mal meu caro!! Já estou tçao acostumada com Alice que foi automático! Mas já devia saber que para vir picante assim, tinha um pouco do seu dedo kkkk
Gostei da "adversária", mas vou te dizer que estou mais para o "live et let live!", que mencionou a Lidia! Acreditar em Deus não me dá o direito de julgar ninguem, e por isso mesmo, sigo piamente o ditado que diz que religião, pensamento politico, gosto e cu cada um tem o seu kkkk
Adoro uma boa discussão, acho que isso nos faz crescer e ampliar nossos conhecimentos, e sou indignada no Brasil, onde vigora a Lei do medo, o voto de cabresto (mudado atualmente para o voto da bolsa qquer coisa...), a hipocrisia e o grande (enorme) poder da Igreja sobre a população!
Te digo ainda que leio e acredito no espiritismo, e por isso sofro tanto ou mais preconceito que vcs que se dizem ateu. Quantos milhares de hipocritas evangelicos não nos olham estranhos e dizem: mas vcs são macumbeiros, n podem falar em Deus!
Então meu caro, ainda estou numa situação pior que a sua, pois sou discriminada pq quem diz acreditar no mesmo Deus que eu acredito!
Mas desculpe pelo erro, te parabenizo pelo texto, apesar da discordância o assunto foi bem legal e o texto engraçado e bem escrito!
Beijinhos Duda

Anônimo disse...

O pensamento que o Gato trouxe é bem interessante também: a pior coisa que acontece com um povo é o Estado resolver criar/aprovar/vetar leis com base religiosa.

No caso do nosso Brasilzão querido isso é o dedo na ferida na questão do aborto e do casamento homossexual, dois temas absurdamente diferentes, mas que são tratados pela mesma maneira preconceituosa e cega não só pelos políticos, mas também pela grande maioria da população.

Na minha opinião, se pensarmos com calma, a única razão para que ainda não tenhamos leis regendo esses dois temas de maneira racional e civilizada - não apenas proibindo ou não autorizando - são nossas bases cristãs no Congresso.

E infelizmente, também sou pessimista neste aspecto: isso não vai mudar tão cedo! :(

Ornitorrinco disse...

Ola 1615, bom ver você por aqui, acho que não ficou claro, eu me referia a FRANÇA, quando eu disse sobre não poder ter símbolos religiosos em repartições públicas....

Imaginava sim que no Quebec tivesse, ninguém se livra da influencia nefasta da igreja católica tão rápida assim ( afinal são apenas 30/40 anos de revolução tranquila ! )

Gato de Cheshire disse...

Fiquei relendo os comentários e refletindo. Fiquei incomodado com o comentário do anônimo das 11:15, não pela posição enfática, mas entendi que na sua opinião, só pode amar o próximo quem tem deus no coração (como diria o Datena). Estou certo?
Acho que o Ornit tem problemas com os religiosos, mas é uma relação recíproca. Não gosto que pensem assim de todos os não -religiosos.

Conheço ateus que amam o próximo e conheço religiosos que não amam o próximo, que são egoistas e que desrespeitam regras básicas de civilidade.
Conheço ateus que respeitam os dez mandamentos e conheço religiosos que mentem e roubam.

Amar ao próximo não depende da religião.

Sobre "viver e deixar viver". Concordo com a Lídia e não acho que a Duda deva seguir esse lema. Reclame, exija seus direitos, faça tudo que sua religião permite.
Acho que é mais fácil "viver e deixar viver" para as pessoas que não sofrem preconceitos.
Graças às pessoas que reclamam, hoje existe casamento sem distinção sexual e aborto legal no Canada.

Alice no País das Maravilhas disse...

Olá a todos e oi Duda,

Olha só, tava lendo os comentários, aí caí nesse último da Duda, que se refere ao preconceito com os espiritas. Aí ela fala que dizem que ela não pode falar de deus porque ela seria macumbeira. Mais tarde ela ainda fala das pessoas que se dizem atéias...

Bom, vamos por partes. Primeiro na questão dos "macumbeiros". Cara, acho uma pena o tamanho do preconceito que ainda existe no Brasil com as pessoas que praticam o candomblé e outras religiões de origem africana. Eu entendo o preconceito, afinal, é religião de escravos e o escravagismo nunca terminou. Mas é uma pena e acho que vale a reflexão.

Há uns 6 meses assisti uma defesa de mestrado interessantíssima sobre o candomblé e a aids (bom tema, já que terminamos de passar pela semana contra a aids, não?). A pesquisadora mostrava que o primeiro grupo que foi taxado como causador da proliferação foi o grupo dos "macumbeiros". Isso mesmo, isso foi antes mesmo do grupo dos gays, veja que surpresa pra classe média?

O que acontece é que durante o ritual de iniciação do candomblé era utilizada uma navalha antiga, tradicional. Essa navalha terminou sendo trocada e hoje usam giletes individuais, mas até chegar nesse ponto...

Outra razão pra que esse grupo fosse tão taxado foi que (além do óbvio, que são majoritariamente negros, logo...) é que essa é uma religião que prega a liberdade do indivíduo, incluindo a libertade sexual. Dessa forma, termina sendo uma religião com um número considerável de gays. E como todos sabemos, os homossexuais na década de 80 sofreram horrores com preconceito (além do de sempre) como sendo responsáveis pelo hiv.

Então hoje temos uma religião com maioria de praticantes negros, com boa parcela de gays, originalmente de escravos tentando manter suas tradições africanas... Qual o resultado disso? Chamar alguém de "macumbeiro" é uma das piores ofensas que se pode fazer, é dizer que essa pessoa tem pacto com o demo!

Em Niterói tem um exemplo bem claro disso. É uma cidade com um enorme número de praticantes do candomblé. Por isso, em milhares de esquinas sempre tem algum tipo de oferenda, parte intrínseca dessa prática religiosa. Acontece que o medo que as pessoas tem é tão grande que os lixeiros tem medo de recolher as oferendas, fazendo com que a prefeitura tenha que ter um grupo especial (de corpo fechado) pra poder fazer essa limpeza.

(continua)

Alice no País das Maravilhas disse...

(continuação)

E aí entra a tal mistura religiosa que o Ornitorrinco disse que não existe! Pra mim ela existe. O que não acontece é mistura de religiosos com não-religiosos. Porque sem religião é quase como ter um 666 de nascença na cabeça, né?

Me perdi! Voltando. *rindo*

Depois a Duda falou dos que se dizem ateus. Na hora lembrei das inúmeras vezes que já ouvi que: "você diz que é atéia porque nunca passou por nada difícil na vida, mas quando viver algo terrível, você rezará pra que deus te ajude". Essa é uma lenda urbana que considero uma forma do temente à deus poder lidar com algo tão abstrato: "ele diz isso agora, mas no fundo ele acredita!"

Então Duda (e demais leitores que tem dificuldade de entender isso), eu não só digo que não acredito em deus, na verdade, a existência ou não dele sequer é uma questão na minha vida. Já passei por coisas bem dramáticas e não, não rezei, nem saberia como fazê-lo. ;)

Pra terminar, sobre a questão do Québec ser ou não laico... Olha, o que vejo é uma cruz iluminada e gigante no alto do Mont-royal. O que vejo são pessoas emocionadas com o natal (demasiadamente por sinal). O que vejo é o discurso de "fazer o bem sem olhar a quem" entranhado no próprio discurso do quebeca. Então, se for pra dizer se eles são ou não tementes à deus, diria que são sim.

O que acho que faz total diferença é que isso é completamente separado de decisões maiores, como a liberação do aborto ou do casamento homossexual.

Atualmente o que acho é que a cultura cristã é a cultura quebecois, nem teria como ser diferente, já que até o final da década de 60 todas as escolas e hospitais eram gerenciados e comandados pela igreja católica. Mas o quebecois conseguiu separar as coisas e olhar além, entendendo que seguir os preceitos cristãos não significa seguir as ordens do papa. E pra mim isso faz uma enorme diferença. :)

Bisous,
Alice

Anônimo disse...

Só para constar para mim o Papa é o retrato do gremilins kkkkkk E se molhar uiiiiiiiii Beijos Duda

Anônimo disse...

Cara ALice qdo coloquei vcs que se dizem ateus n quis lhe ofender, quis apenas separar nós que seguimos o espiritismo de vcs que são ateus! Beijinhos

Alice no País das Maravilhas disse...

Oi Duda Querida,

Foi mal ter deixado sua resposta no vazio tanto tempo! Essa semana foi bem complexa e terminei não vindo aqui no Mundo Imaginário.

Imagina, não me ofendeu nem um pouco! Na verdade, achei seus comentários ótimos, só usei os temas que você levantou porque acho que valem reflexões.

A gente costuma só ver o preconceito mais perto de nós, então como você trouxe o preconceito que os espíritas sofrem, achei que valia falar de outros existentes e que tenho mais contato.

Acho uma pena que o Brasil seja tão intolerante ao diferente. Ou a pessoa a católia-evangélica (aliás, mesmo esse segundo grupo sendo enorme, também sofre muito preconceito pela classe média), ou ela representa algum tipo de "perigo" pra sociedade, né?

Mas me conta, como o quebecois vê o espírita?

Eu sei que em relação aos ateus há um sentimento que, de um lado, é extremamente bem aceito (afinal questionar o mundo faz parte da cultura contemporânea do quebecois). Por outro lado, existe um grupo que atrela à falta de religião ao fato dos jovens usarem drogas ou das meninas fazerem muitos abortos, como se falta de religião significasse falta de responsabilidade... ehehehe

Bisous,
Alice

Anônimo disse...

Caro Cheshire, Cara Quebecando, cristãos e cristãs, espíritos e espíritas, ateus e atoas,

Em primeiro lugar, o mais importante: Aliança não é questão de religião, é questão de joalheria!

Esse tipo de protesto silencioso, assim como usar crucifixo invertido, desenhar pentagrama no caderno, é válido, por que não?, mas tenhamos um mínimo de maturidade para não extrapolar sua relevância. Alguém aqui dá "parabéns" a alguém por algo de bom que lhe tenha acontecido? Não faça isso!!! Nunca mais!!! A expressão é de origem tão religosa quanto as alianças... E agora? depois de tantos parabéns terem "profanado" nossas cordas vocais?

Sejamos mais autocríticos, menos proselitistas, pois fica constrangedor disfarçar a velha revolta adolescente com uma linguagem que quer "arrenegar" a irracionalidade, o fervor, inerentes apesar disso.
Ninguém como um ateu para gostar de discutir religião, ninguém como um religioso para gostar de discutir ateísmo. "Benza-me deus!"
Só tendo "apostasiado", para poder refletir com calma e se "redimir" dos equívocos.

Mas como meu desejo não é "converter" ninguém (afinal os redatores parecem sempre tão tolerantes e esclarecidos), encerro a "homilia", lamentando que a religião, pouco "iluminada", da lucidez é a que menos vingou neste mundo...

Sérgio,

que, pedindo perdão aos "irmãos" por não venerar São Darwin, nem o apóstolo Dawkins, humildemente, para fins de identificação nesta "paróquia", declara-se ex-agnóstico, atualmente ateu não praticante.

Ornitorrinco disse...

porra... eu devo ser um ornitorrinco MUITO burro.... pq sério mesmo, eu não entendi se isso era uma crítica, se era um apoio, se era uma crítica parcial, uma reflexão, um comentário...

eu nem mesmo consegui entender se ele é do time do queima ele jesus, ehehehe

porra, o sol deve ta fazendo mal para meu pequeno cérebro de animal exótico....

Ornitorrinco disse...

a propósito... quem é ateu e não gosta de alianças é a alice e o gato.... que são meio comunistas tb !! ( blergh )

eu acho jóia MÓ barato, e darei com todo prazer um anel de diamentes para minha futura ornitorrinca ( respeitando claro que ele tenha selo de procedência da ONU :) )
logo, apesar de já termos ditos várias vezes, somos três seres aqui, relativamente BEM diferente ( mas com algumas opiniões convergentes )

nem vou comentar o CHILIQUE que a alice deu quando eu falei mal dos meus queridos conterrâneos do nordeste, ehehhehe, ela ficou quase 1 dia sem falar comigo :P

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