Todo mundo fala da regulamentação profissional, mas como tem pouco postado sobre a profissão de arquitetura, aqui vai o que já pesquisamos.
O Québec, diferente do Brasil, tem uma Ordem de Arquitetos, que tem regras específicas sobre a profissão e que exige que, ao final do curso, o recém formado faça um teste de aptidão, que definirá se ele tem o conhecimento mínimo para o exercício profissional. É um processo bem parecido com a Ordem dos Advogados do Brasil.
Então, o procedimento para fazer sua equivalência na Ordem de Arquitetos é:
- Traduzir os documentos (tanto de identidade como escolares). Não esquecer que têm que ser traduzidos por um tradutor juramentado do Québec, não adianta ser um tradutor ótimo brasileiro
- Dar entrada na évaluation comparative des études, que diz ao quê equivale o que você estudou. No caso do Brasil com o Québec, temos um sistema educacional próximo (tempo de estudo, complexidade...) e tudo o que estudamos aqui vale lá. Pra saber mais
- Com tudo isso em mãos, procurar a OAQ e dar entrada no processo de equivalência de conhecimento. Nesse momento é MUITO provável ter que voltar à universidade pra fazer algumas disciplinas. Nada mais justo, já que nosso foco em arquitetura tropical e de concreto não tem nada a ver com o foco deles em arquitetura pro inverno e de gesso cartonado;
- Ao final dessa etapa, fazer um teste de conhecimentos de legislação e técnica construtiva.
A primeira é que o governo resolveu agilizar esse processo, pois eles precisam de profissionais atuando. Por isso, agora (pra quem entrar com o processo em 2011) o tempo máximo para que a burocracia seja cumprida é de 1 ano. Claro que também depende de quanto tempo a pessoa terá que cursar na universidade, mas...
A segunda é que é possível pedir, paralelamente, a equivalência à profissão de técnico em arquitetura, na Ordem dos Técnicos. Isso é excelente, pois propicia que o arquiteto brasileiro possa começar a trabalhar assim que chegar no Québec. Verifiquei as disciplinas do curso de técnico e são equivalentes ao nosso basicão do início do curso de arquitetura do Brasil.
Existe tudo isso pra profissão de urbanista também. Mas seria um pouco mais complicado já que nosso curso no Brasil é 70% arquitetura e só 30% urbanismo. Ou seja, são MUITO mais disciplinas pra cursar na unversidade. Mas os fãs do urbanismo devem dar uma olhada pois, certamente o curso deve ser mais interessante que o nosso daqui.
Uma informação nada animadora pros urbanistas é que, assim como no Brasil, tem MUITO mais empregos pra aquitetos que pra urbanistas no Québec, mas nada é impossível.
__________________
2011-04-21
Acho que falo disso em vários posts posteriores a esse, mas vale a impressão do momento.
Eu acho que quem quer trabalhar como arquiteto aqui pode vir sem medo. O técnico em arquitetura tem capacidade pra fazer bem mais coisas que um técnico em edificações no Brasil.
Mas a informação mais valiosa que eu tive foi de uma colega arquiteta. Ela disse que ter a Ordem não é essencial. Ela é formada há mais de 10 anos, tem um escritório, e NÃO tem (e não pretende ter algum dia) ordem profissional. Não tenho como dar detalhes da dinâmica disso porque não a vejo nunca, mas foi isso que ela me disse até agora. Ela falou: "Envie seu currículo pros grandes escritórios, eles estão desesperados por arquitetos. Não aceite menos de 18$ a hora. Trabalhar tempo parcial não é uma opção por causa dos prazos pra entrega dos projetos."
Outra coisa que eu já sei é que a Ordem dos Urbanistas é MUITO mais bem vista que a de Arquitetos. Tudo indica que eles são mais simpáticos e abertos. O que eu sei é que a Ordem é infinitamente mais barata e que eles aceitam alguns mestrados ou experiencia profissional como forma de realizar a equivalência.
Mas veja bem, eu não procurei nenhum deles, nem emprego, por isso não dá pra ter certeza de nada disso. ;)