Hoje acabou a segunda semana das aulas de francês. Tinha escrito outro post antes de começarem as aulas. Estou fazendo o curso regular em tempo completo do tipo FIA (francês para imigrantes adultos) também conhecido como francisação. Vou escrever meus comentário sem falar a nacionalidade ou o gênero das pessoas, pois acredito que o que importa é o conteúdo e porque vai ser divertido escrever assim. Não quero que pensem: "os ingleses são assim... os italianos são assado...". Essa é uma atitude comum de observar um comportamento de alguém e associar de imediato a sua nacionalidade. "Os brasileiros são felizes e calorosos". Por isso, aqui no blog, temos tanto medo de pessoas que possam ter algum tipo de comportamento, digamos, inapropriado... e assim alguém possa pensar: "os brasileiros fazem coisas inapropriadas". É bem simples.
Voltando ao curso... Na parte da manhã temos aula de gramática, exercícios e conversação e depois do almoço as atividades são diferentes a cada dia, com 'ateliers' de comunicação oral, francês auxiliado por computador, fonética... Podendo acontecer com a turma toda, uma parte ou apenas duas pessoas...
No primeiro dia do curso é sempre das apresentações. No segundo dia tivemos uma recepção formal de toda a equipe, com direito a café e bolinhos. A pessoa responsável pela coordenação do curso explicou como tudo funciona, distribuiu muitos papeis... A tarde fizemos um teste de avaliação para confirmar se estávamos no nível correto ou não.
Durante a primeira semana alguns estudantes mudaram de turma e agora somos uns vinte.
Cada atividade acontece com professores ou monitores diferentes, mas apenas um indivíduo gerencia todas as atividades. Assim as coisas ficam mais dinâmicas.
Comentários aleatórios, dessa vez tentando dar opinião
Duas coisas são faladas o tempo todo no curso. A pontualidade/assiduidade e o uso da língua materna. Você está inscrito num curso que além de não pagar nada agora (vamos pagar com impostos mais tarde) você ainda recebe algum dinheiro e ainda chega atrasado ou falta? Crisse... É demais. E ficar falando na língua materna? Pra mim tem um problema sério. Mesmo que a recomendação seja falar francês o tempo todo, na hora do almoço tem um grupinho falando francês e tem outro falando uma língua incompreensível. Você se aproxima de quem? Você senta em que mesa? Conhecendo as nacionalidade da minha turma posso ver claramente um grupão de várias nacionalidades treinando francês enquanto almoça e um outro grupinho de mesma língua materna, falando sua língua materna. Quem vai aprender mais rápido? Quem vai falar melhor no futuro? ;)
Existe um tipo de professor que dá aula e não fica de bate-papo, pois o tempo é curto e se alguém faz muita pergunta, ele corta e manda ler na gramática. :)
Existe outro tipo que dá dicas para "vocês imigrantes que estão chegando agora e não sabem como as coisas funcionam"... Ai se larga a falar bobagem de assunto que não entende. Por exemplo: acho legal ensinar o vocabulário em francês das operações bancárias, mas se empolgar e dar dicas de como gerenciar o dinheiro, acho meio muito. "Agora é um excelente momento pra fazer uma hipoteca, pois as taxas de juros estão baixas..." ou "Vocês que tem apartamento próprio em seus países de origem, não devem vendê-los antes do primeiro ano aqui". ¬¬
Tive apenas uma aula no atelier de francês auxiliado por computador. Os monitores (moniteurs e não ecrã) são muito esforçados, mas ainda não entendi como o computador me ajudou... Primeiro uma aula sobre cinco regiões do Québec com muitas informações inúteis. "Na região do Bas-Saint-Laurent tem um vilarejo onde moram 45 infelizes... Não tem mercado, nem farmácia e nem igreja, pois ela pegou fogo..." :o Mas o que tem em Rimourki? :( Digitamos um pequeno texto com ajuda de uma dicionário eletrônico e depois todo mundo IMPRIMIU os trabalhos, isso mesmo... Pra que servem os computares? Pra gastar mais papel. :,(
Tivemos a primeira aula do atelier de fonética onde nos foi apresentado os 16 fonemas vocálicos do francês. Eu nunca tinha estudado isso. \o/ O português do Brasil tem 12 fonemas vocálicos e descobri na aula que poderia ser pior se eu falasse uma língua que só tem 6 fonemas vocálicos.
Toda quinta-feira recebemos o horário da semana seguinte e todo mundo tem que ter um fichário. Todo o material é entregue em folhas soltas fotocopiadas e furadas para ser guardas no fichário. A Alice está na universidade e também usa fichário, parece que todo mundo usa. Ao mesmo tempo que mostra uma organização, pra mim também me dá uma sensação de "robotização". Lembro dos alunos que sentavam na primeira fila na universidade e copiavam tudo com diversas canetas coloridas, mas eram incapazes de reproduzir com outras palavras ou fazer um trabalho sem receber instruções diretas e claras. Não sei se essa tendência existe aqui, mas pra mim, quanto mais sistematização imposta, menos criatividade. :\
Fora isso, posso garantir que esse é o melhor curso de francês que eu já fiz na vida. Estou gostando muito, mas, muito mesmo. =D